Continuando nossa viagem pelos Lençóis Maranhenses, vou contar sobre nossas experiências gastronômicas no Maranhão. A influência vem dos franceses, Índios e portugueses. A base dos alimentos de lá é a farinha d’água, que está presente na vida do maranhense em todas as refeições do dia a dia.
Com a abundância hidrográfica da região, o peixe é um produto constante, os mangues fornecem os caranguejos e do boi aproveita-se tudo. Já o bode rústico e a galinha complementam os produtos.
Os frutos do mar e as ostras marcam presença. Os temperos mais usados nos pratos típicos são cebola, salsinha, coentro, cloral. A comida é saudável e com sabor caseiro.
O camarão frito é o prato principal para quem vai visitar os Lençóis Maranhenses pelo povoado de Atins, lá existem dois restaurantes que competem entre si e ambos são ótimos.
Para conhecer um local, adoro iniciar o tour pelo supermercado e buscar o que comer e o que cozinhar, e assim fizemos. Ao chegar fomos abastecer nossa casa que tinha uma pequena cozinha, e logo vimos a grande diferença é a dificuldade em encontrar os produtos, após a busca, tínhamos em nosso carrinho: tapioca, leite, ovo e muita água. As frutas eram mamão, maçã, banana.
De manhã a alimentação é base da mandioca, bolo, biscoitos de polvilho, mingau, tapioca, café com leite ou apenas o cafezinho preto também vai adicionada a farinha d’água – provei e adorei –, fez-me lembrar do café com polenta dos italianos.
Em todos os lugares que paramos comemos muito bem, os pratos são muito fartos servindo duas ou mais pessoas e as esperas são de 1h30, no mínimo.
Fomos orientados pelo guia para pedir a comida e depois efetuar o passeio pelo lugar, pois haveria tempo para tudo.
Provamos a caldeirada, o peixe na chapa – adorei a pescada –, além do camarão frito, carne de sol e o frango caipira, todos os pratos sempre com a farinha. O arroz de Puxa é um dos pratos típicos do local, feito com uma erva típica da região que se chama vinagreira, com sabor e textura própria, ela é muito saborosa e lembra o sabor das ervas do Marrocos, utilizada para fazer o cuscuz marroquino.
As frutas e os sucos são grossos como vitamina. O cupuaçu e a juçara (açaí) são frutas encontradas facilmente em todas as casas e locais. O açaí é colhido na mata e a polpa é extraída manualmente, formando uma massa cremosa. É linda. Ele é servido como suco e servido sempre com farinha.
A pasta é consumida em pratos quentes ou frios, como refeição ou como sobremesas. Um dos pratos típicos e comuns de encontrar é o açaí com camarão e farinha. Também é servido com flocos de beiju e sorvete de Bacuri ou cupuaçu, é delicioso.
Provamos o açaí com xarope de guaraná natural e farinha. A pasta é absolutamente natural sem adição de açúcar, com isto o sabor nem salgado e nem doce é excepcional. Da sobremesa, provamos a cocada comum em todos os estabelecimentos, o doce de jaca, caju e afruta Bacuri, que tem sabor semelhante ao de doce de abóbora, mas lembrando do anis.
As rapaduras podem ser encontradas facilmente nas prateleiras dos bares. Em nossa passagem por Lençóis, também provamos a Tequila, que é de origem indígena e significa “líquido que goteja”, ela é uma água ardente, extraída da mandioca e tem um sabor extremamente forte e com alto teor alcoólico. O melhor é tomar com limão ou como experimentamos envelhecida e dentro do coco, o sabor foi mais sútil, porém sempre forte.
Não provei o Guaraná Jesus, mas aconselho que você prove! Ele só existe no Maranhão. O que notamos durante a viagem, é que as famílias são grandes e todos desde muito jovens já conhecem a gastronomia do Maranhão e seus segredos.