Indonésia, Bali - 2ª parte

  • 17/01/2018
(Foto: Reprodução)
Na semana passada, contei um pouco sobre minha viagem para a Indonésia. Neste post, vou continuar contando o que vi e vivi nesta verdadeira aventura. Quando passamos por um quiosque - que existe em todos os povos e em todos os lugares - havia muita gente numa produção intensa de oferendas, comidas e artesanatos. Nossa guia nos contou que estavam numa preparação de cremação e que este processo pode demorar de 5 dias a um mês e meio!   É uma responsabilidade social e toda a comunidade participa, toda a comunidade tem despesas, toda a comunidade fica passivamente sem chorar para não atrapalhar a partida da alma nos afazeres das oferendas. É uma loucura pensarmos que uma comunidade toda, nos dias de hoje, pode ter tamanha devoção, participação e responsabilidade. Admirável. Depois do tempo determinado pelo sacerdote, o falecido embalsamado é levado para o local da cremação e colocado em uma pirâmide feita de ornamentos de bambus e folhas de palmeiras. A pessoa é colocada no local mais alto desta pirâmide envolta com cabeças de animais como vaca, porco, tigre... E é incinerada, em frente à grande comunidade, junto com milhares de oferendas. É responsabilidade da família alimentar todo o povo.   Muitas vezes, em respeito à comunidade, o falecido é embalsamado e enterrado por até cinco anos, pois a cada 5 anos fazem uma cremação coletiva para economia da família e da população. As crianças são enterradas e nunca cremadas, pois supõem que não estavam prontas para tal. Claro, fotografei e tentei observar o que pude.   As esculturas são aquelas que vemos por valores abusivos no Brasil. Eles esculpem tudo que veem: troncos, raízes... O primeiro templo, como já havíamos comprado nos TohPati, nossos Pariôs e nossos cintos, a Ayu e o Putu (nossa guia e nosso motorista) nos vestiram, pois há formas de amarração para mulheres e para homens. Nunca podemos entrar em um templo sem o Pariô e o cinto. Em contra partida, a cabeça e o colo podem estar expostos. Obs.: Putu que era o nome de nosso motorista e significa “primeiro filho”. Por isso, vemos muitos Putu em toda parte.   Kadek é o segundo filho. Komarg é o terceiro filho. Wayan é o quarto filho. Todas as famílias têm muitos filhos, pois na Indonésia não existem pensão, aposentadorias e tão pouco assistência médica. Então precisam de filhos para dar continuidade, manter as tradições e cuidarem dos pais. Nossa guia havia perdido um filho poucos meses antes e nos contou que foi culpa do médico que não era um ginecologista e que, ao apertar sua barriga, apertou a criança até matá-la. No final, concluiu que na verdade a culpa era da mulher do médico.   Almoço O almoço foi em um restaurante típico tailandês. Logo na entrada, um gongo que anuncia a chegada dos visitantes. Todo o restaurante entalhado magnificamente. Em cada local, um detalhe. Também era todo aberto, como de costume, e nossa mesa tinha como vista um vale, um rio e uma floresta. Chegamos a ver algumas pessoas trabalhando na floresta. Os nativos têm o direito de explorar a floresta. Nosso prato era: Sopa com Tufu, picante. Arroz. Legumes e Frango assado. De sobremesa, doce de coco.   Pedi um suco de mamão com pouco açúcar e depois pedi o açúcar para chegar ao meu paladar, o que foi ótimo, pois conhecemos o açúcar de palmeira que eles usam. Eles compram uma barra como se fosse rapadura, porém feita de açúcar de palmeira e depois devolvem em água e fogo, ficando como melado.   É delicioso e diferente, tudo fica com a cor marrom. Só neste momento descobrimos o porquê. Pedi o açúcar à parte para que não colocassem muito e acabei tomando toda a canequinha de açúcar, pois é delicioso.   Templo O templo “Goa Gajah”, gruta dos elefantes, onde tem uma gruta com a escultura de um grande e elefante. Este templo está em local de uma exuberante natureza com cachoeiras, florestas... Um dos mais bonitos que vimos. Visitamos o “Kerta Gosa”, templo flutuante. Neste templo, existe um local onde os reis e o sacerdote julgavam os malfeitores. O teto tem uma pintura incrível que nos conta toda a história da alma. “Kerta Gosa” templo flutuante. Lá existe um museu contendo a história da Segunda Guerra enquanto os ingleses vieram com grandes armas e os Balineses tentaram defenderem-se com lanças feitas em casa.   Visitamos também o “Kusamba”, local de pescadores. Fomos ao “Goa Lawah”, neste templo ao lado de uma praia vulcânica, de áreas negras, existe uma gruta com milhares de morcegos, onde o barulho é propício à meditação. Neste local, enquanto estávamos loucos fotografando os morcegos, olhei e vi centenas de pessoas entrando com as oferendas na cabeça. Elas foram passando uma a uma na gruta colocando suas oferendas sobre um tablado e sentando-se no chão de cócoras os homens e as mulheres com as pernas em Lótus. O sacerdote e sua família ficam embaixo de um pequeno templo coberto e enfeitado, de amarelo e branco. Fiquei emocionada de estar no meio daquela gente tão diferente. Permaneci o máximo de tempo que pude observando e absorvendo aquela experiência. Voltamos para o hotel às 21h, mas demoramos 1h30 para chegar. O trânsito é intenso e com muitas motos, muita poeira e estrada horrível.   Jantamos num restaurante típico no hotel e nossa comida foi muito engraçada, pois o arroz veio em um prato mais nobre todo decorado. E o que para nós seria o principal, veio simplesmente para acompanhar o arroz. No dia seguinte mudamos a programação, pois estávamos cansados. Fiz praticamente um repouso durante este dia. Ficamos na piscina, no SPA, que também é um programa imperdível! Os hotéis são maravilhosos e com gente do mundo todo. No dia 31, dia em que seria a ceia de Reveillón, saímos às 9h e iniciamos nosso tour com nossa simpática guia. Andamos umas duas horas para chegar ao templo “Batukau”, que fica próximo às plantações de arroz e a uma exuberante mata.   O templo estava lotado e havia limite para entrar. O templo recebe gente do mundo todo para oferendas e cerimônias. Existe até um local para cozinhar em grandes cerimônias e um lago no meio da mata realmente muito bonito.

FONTE: https://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/blog/do-mundo-para-o-interior-paulista-por-valeria-foz/post/indonesia-bali-2-parte.html


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